Livros Para Ler 3 Dicas do meu Clube de Leitura

Becoming – A Minha História – Michelle Obama

São três sugestões literárias completamente diferente de estilo uma da outra. Espero que alguma delas seja do seu agrado. Bora colocar mais um livro na mesa de cabeceira e dar o “start” da leitura.

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A autobiografia de Michelle Obama, ao longo de quase 500 páginas, acompanhadas por fotografias de seu acervo pessoal, só reforça a admiração que tenho por ela.

Michelle é uma mulher inspiradora e conta sua vida desde a infância. No seio de uma família de classe operária, com pai, mãe e irmão. Ela fala sobre o preconceito racial, a doença de seu pai que se agrava durante os anos, as suas conquistas e as do irmão, a dedicação de sua mãe para o funcionamento familiar.

Ao longo de grande parte do livro descreve a luta por uma vida melhor. Ela fala sobre como que duvidavam das suas capacidades acadêmicas por ser negra. A sua carreira como advogada onde conheceu Barack Obama. A relação que haveria de evoluir para casamento e, com este, a chegada de duas amadas filhas.

Num livro intimista, leve e sincero, Michelle dá-nos a conhecer o peso de ocupar o cargo que o casal Obama ocupou. A luta para se afirmar por ser negra e o fato de querer ser mais do que a esposa do Presidente, ao dar o seu contributo para ajudar crianças e jovens dentro e fora dos EUA.

Quando se termina a leitura, fica-se certa de que a educação é a mais poderosa arma contra a discriminação, o ódio e o preconceito. E a admiração por Michelle e Barack só aumenta porque são um exemplo de luta por um lugar melhor.

2 – As Intermitências da Morte – José Saramago

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 O livro começa quando, num determinado país, as pessoas param de morrer. A princípio essa ideia poderia parecer maravilhosa. Os humanos finalmente tendo acesso à uma vida eterna, porém não demora para que todos percebam as terríveis consequências desse fato. As pessoas continuam a envelhecer. Os doentes em fase terminal “à beira da morte” não morrem mais. Todos ficam suspensos e ligados à vida por uma linha frágil.  

Este foi o terceiro livro de Saramago que li e gostei bastante. Saramago é irônico e sarcástáico. Chega ser cômico ler sobre a “greve da morte” e o desespero dos parentes dos mortos-vivos.

A isso se seguem as manifestações das empresas de seguros, das funerárias que tiveram seu material de trabalho anulado. Os hospitais ficam super lotados e sem leitos para receber novos pacientes. E as casas de idosos que também ficam sem poder receber novos clientes e ficam sobrecarregadas também.

Uma das soluções é enviar os morimbundos para suas casas, assim os parentes virarão seus cuidadores. Porém isso gera um grande desconforto e conflito na população. Pois a cada dia mais e mais pessoas precisam ser cuidadas, há o desgaste físico e emocional desses cuidadores. Muitos começam a refletir que o seu futuro será somente o de cuidar dos que não conseguem mais morrer, por exemplo.

A Greve da Morte

Como em outros países a morte continua a ocorrer, surge a ideia de ultrapassar a fronteira  e enfim alcançar o alívio da morte. Essa primeira ideia ocorre a um idoso que lucidamente pede a seus filhos que o levem para morrer em paz. Todos os vizinhos ficam sabendo deste fato e a notícia se espalha rapidamente pelo país. E logo começa uma onda de viagens clandestinas às fronteiras do país para que as pessoas possam finalmente morrer. Inicia-se um conflito com os países vizinhos e o governo tem que instituir um controle, mesmo que parcial, à essa migração. Nesse momento, surge a Maphia com ph. Uma instituição que cobra para fazer o despacho dos morimbundos e rapidamente ganha força no país. 

Espero que tenham gostado deste “spoiller” e o resto não vou contar para despertar a vontade de você querer saber como a morte se comporta na visão do Saramago.

3 – A Relíquia – Eça de Queiroz

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A Relíquia é uma obra realista de Eça de Queirós publicada em 1887, em Portugal.

A história é narrada em primeira pessoa pelo protagonista, Teodorico Raposo. Suas memórias vão aparecendo progressivamente, conforme ele relembra sua infância; sua adolescência, quando perde seu pai e passa a ser criado pela tia. Sua juventude em Lisboa, na Universidade de Coimbra e, por fim, sua longa viagem à Terra Santa, ambientação da maior parte de suas aventuras.

A história apresenta duas personagens bem opostas: de um lado, Dona Maria do Patrocínio, a tia Patrocínio, ou Titi; rica e religiosa. É uma caricatura das devotas católicas da época. Do outro lado, seu sobrinho Teodorico Raposo, entregue aos valores mundanos.

Teodorico e TiTi

Teodorico é enviado a um colégio interno e depois para Coimbra, para continuar seus estudos. Quando volta para a casa de sua tia, em Lisboa, conhece Adélia e se torna seu amante. Mas, ele acaba sendo traído e abandonado por ela. E então tenta convencer sua tia a enviá-lo a Paris, para seguir sua vida. Entretanto, para a devota Titi, a cidade era um ambiente devasso, que poderia corrompê-lo facilmente.

Ela então, oferece ao sobrinho, uma peregrinação a Jerusalém, para que colocasse as ideias em ordem e se aproximasse de sua fé. E ainda, lhe encomenda uma relíquia, algo original com a qual ele pudesse lhe presenteá-la. A princípio Teodorico fica contrariado. Porém, aceita a viagem, imaginando que teria a oportunidade de conhecer diversas mulheres ao longo dos locais pelos quais se hospedasse.

Ele parte, e logo no início da viagem faz amizade com Topsius, que passa a ser seu companheiro de empreitada. Em Alexandria conhece Miss Mary, de quem se torna amante pelo período que passa no local. Como lembrança dos momentos íntimos vividos por eles, Miss Mary lhe dá um embrulho com uma camisola sua dentro. Para que ele carregue ao longo da viagem e não se esqueça dela. Teodorico segue seu rumo, com o amigo.

Palestina

Ao chegarem à Palestina, Teodorico se interessa por uma vizinha de quarto, casada. Como não é correspondido, vai com o amigo se divertir numa boate, mas as mulheres de lá não o agradam e os amigos seguem para Jerusalém.

Em seguida ele passa a descrever detalhadamente sua participação nas sagradas cenas que envolvem a morte e a ressurreição de Jesus. No entanto, acaba revelando que se tratava apenas de um sonho.

Na sequência ele narra a descoberta de uma suposta árvore de espinhos, de onde teria saído o galho que forjara a verdadeira coroa de espinhos de Jesus. Esta seria a relíquia encomendada por sua tia, que poderia fazer dele seu herdeiro e lhe garantir vida boa para sempre.

Os Embrulhos

Teodorico a embrulhou e guardou juntamente com o embrulho que havia ganhado de Miss Mary. Como tinha de se livrar deste antes de retornar à casa da tia, entregou-o a um pedinte na rua, quando já faziam o caminho de volta. O problema é que ele se confundiu com os embrulhos iguais. O que foi entregue ao pedinte foi a camisola. Para completar o desastre, o embrulho da amante foi entregue à tia.

Como já era de se esperar, Teodorico é expulso de casa e passa a viver da venda de relíquias que ele mesmo fabricava. O negócio, apesar de próspero, fracassa com o passar do tempo. A tia falece e lhe deixa em testamento apenas seu “óculo”.

Teodorico, por fim, se casa com a irmã de um colega dos tempos do colégio interno, e passa a viver uma vida comum. Arruma emprego, torna-se pai, possui uma carruagem, mas não consegue deixar de pensar que quando entregou a encomenda à tia, podia ter afirmado que pertencera a “Santa Maria Madalena”, já que o nome da santa coincidia com as iniciais de Miss Mary no embrulho de papel…

A Relíquia é um livro que ironiza e satiriza a sociedade portuguesa da época.

Veja este post: 5 Livros Escritos Por Mulheres Que Você Vai Amar

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